sábado, 22 de dezembro de 2012

 

Participação da Psicóloga Cristiane Verbiski na reportagem da Gazeta do Povo (22/12/12)

 

Mundo poderia acabar em beijos, segundo leitores


Votação em enquete mostrou que resgate das relações é a primeira opção quando o fim está próximo. Romper com o que fez mal é outra alternativa interessante



Supondo que o fim do mundo realmente acontecesse neste dia 21/12/2012, entre o pânico e o caos, haveria também um momento para as demonstrações de carinho e afeto. Seria assim pelo menos entre a maioria dos leitores da Gazeta do Povo que responderam à enquete sobre o que fariam em seus últimos instantes na Terra. Roubar o beijo de alguém foi a opção mais lembrada entre os 257 votantes. Foram 86 pessoas, ou 33% do total, que escolheriam terminar seus dias nos braços de alguém, absortos das catástrofes que estivessem acontecendo à sua volta.
Entretanto, para as operadoras de cartão de crédito o fim não seria assim tão romântico. Com 32% dos votos, estourar o limite do cartão foi a segunda opção entre os leitores caso o mundo vivesse seus instantes finais. Já aquele livro parado na cabeceira da cama talvez nunca mais fosse terminado mesmo, já que apenas seis pessoas colocaram a leitura como prioridade nos seus últimos momentos de vida.
Resultado
Roubar um beijo de alguém: 33%
Estourar o limite do cartão de crédito: 32%
Dizer aquilo que seu chefe merece ouvir: 11%
Comer tudo o que sempre quis mas diziam que fazia mal: 10%
Abraçar um desconhecido no elevador: 5%
Dançar da Macarena ao Gangnam Style: 5%
Terminar de ler aquele livro que está na cabeceira: 2%
Para a psicóloga clínica Cristiane Verbiski de Andrade, o resultado da enquete mostra que as pessoas têm consciência de que suas relações e os sentimentos ficam de lado em meio à rotina, mas que são fundamentais. “Quando o fim se aproxima, seja porque o mundo vai acabar ou porque a morte bate à porta, a primeira coisa que vem à cabeça das pessoas é a necessidade de resgatar os sentimentos, as emoções.” Ela explica que essas manifestações de carinho, em que há a troca, recebem uma importância muito maior quando o ser humano entende que a vida é finita.
Com relação às outras opções, a psicóloga destaca que é possível perceber um desejo das pessoas em romper com aquilo que lhe causou algum mal ou desconforto. “Com o cartão de crédito é uma manifestação de revolta mesmo, de raiva. Não é simplesmente comprar, é estourar o limite, é jogar para o alto algo que já incomodou tantas vezes.”
A sensação de que não haverá mais cobranças, perdas ou repreensões pode ser a razão para que as pessoas escolham dizer o que o chefe merece ouvir, comer aquilo que pode fazer mal ou abraçar um desconhecido, afirma Cristiane. “É a mesma coisa com a dança: se soltar, ter leveza e liberdade. Liberar uma angústia acumulada ao longo dos dias, sem ser criticado, cobrado, punido, repreendido”, fala. Já o livro não lido representa o inacabado, e como muitas coisas ainda ficariam por fazer, não terminar o livro seria apenas mais uma delas, explica a psicóloga.
 
Reflexão
 
Além de uma proposta divertida, a pergunta da enquete desta semana se torna um convite à reflexão sobre o que deixamos de fazer mas que é importante em nossas vidas. Cristiane diz que normalmente o ser humano não consegue olhar para a finitude da vida.
“Na natureza nos achamos eternos, até que a morte esteja próxima. Então é importante fazer essa reflexão, principalmente com o tudo que está ligado à emoção. Amanhã o assunto do fim do mundo acaba e ninguém mais vai pensar no que está faltando para resgatarmos essas emoções. Mas a todo momento elas são importantes.”

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

De onde vem sua motivação?




 
Ela é uma característica intrínseca, pois está ligada aos motivos pessoais, podendo também ser desencadeada por estímulos externos. A motivação é uma força interna que nos leva à ação, é ter em mente um conjunto de atitudes e ações que vão determinar e facilitar a conquista dos objetivos futuros estabelecidos para si.

Fonte da imagem: dreamstime
 
Manter-se constantemente motivada é uma tarefa bastante difícil, mas não impossível. Afinal, temos momentos em que nossa motivação está em alta, e por isso nossas ações mais afinadas com nossos objetivos. Somos motivadas tanto pelo desejo de avançar e conquistar pessoas, coisas ou posições, como também pela dificuldade, que pode disparar em nós uma reação ou mudança.
Encontrar um propósito para seguir e sustentar as nossas escolhas é uma das chaves para o sucesso, mas essa busca é interna, ou seja, só pode ser encontrada dentro de nós. Talvez seja isso que determine nossa motivação e nos faça inovar e se arriscar. Criar compromisso consigo mesmo e manter-se determinado na busca dos nossos objetivos, é uma boa forma de se manter motivado.
Em geral, o empreendedor tem naturalmente uma visão positiva da vida, afinal para se arriscar num novo negócio é preciso ter uma boa dose de otimismo. Ter pensamentos positivos é uma característica de pessoas altamente motivadas. Portanto, tenha em mente o que deseja alcançar ou mudar na sua vida e acione seus recursos internos e externos para consegui-lo. Seja por uma vivência positiva ou negativa sua motivação deve partir de você, por você e para você, caso contrário ela perderá a força e o sentido.
Descubra o que realmente faz sentido no seu interior e talvez encontre seu propósito. Busque o que te faz único no seu caminhar e faça disso sua semente motivadora.
 
 
 
Vânia Vidal de Oliva é Psicóloga Clínica, Psicanalista com mais de 25 anos de experiência no atendimento de adolescentes, adultos e na orientação familiar. Atua hoje na Clinica Casa do Crescer na cidade de Curitiba. Coordenadora de colunista do Empreendedorismo Rosa.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012



 

A difícil arte de dizer “não”




 
Exercer o direito e a vontade de dizer “não” nem sempre é tão fácil, principalmente para as mulheres. Ao longo da vida, elas foram educadas para serem boazinhas, cordatas e valorizarem a satisfação alheia antes da sua própria. Mas o tempo avançou, assim como avançaram as conquistas e seus direitos. Entretanto se libertar de um comportamento, aprendido e reproduzido por anos, requer autoconhecimento, firmeza e uma boa autoestima. Várias são as fantasias ligadas a esse comportamento aparentemente pouco cordato e a forma como se enfrenta essa situação pode revelar o quanto a mulher caminhou no seu autoconhecimento e no autorizar-se.




A mulher empreendedora, que a frente do seu negócio precisa muitas vezes posicionar-se estabelecendo limites e contrariando interesses, deve aprender a fazer isso sem culpas ou sofrimentos. Precisa lidar com tais sentimentos para não cair numa armadilha emocional onde, na busca de aprovação ou reconhecimento, acaba cedendo pela dificuldade de verbalizar tais “nãos”. Engana-se com a ideia de que necessita do aval do outro e acaba sem se autorizar, consequentemente, se boicotando.

Muitos são os medos ligados a dificuldade de dizer um “não”, entre eles a sensação de culpa, o receio de ser vista como uma pessoa má ou arrogante, o medo da raiva do outro ou ainda a sua própria necessidade de aprovação. Muitos desses sentimentos podem estar ligados a sua formação e educação, e nem sempre são facilmente percebidos. Quando se diz um “sim” contra a sua vontade, por receio de frustrar o outro, esbarra-se com a própria frustração e as insatisfações que contaminam as relações. Os fantasmas criados, por nós, em relação a possível reação do outro, muitas vezes engessam nossas ações e impedem o avanço dos planos e do nosso próprio negócio.

Quais são os medos na hora de dizer um sonoro “não”? Quanto maior for a consciência sobre si mesma, maior será a capacidade de dizer sim ou não, dependendo da necessidade. Quando essa escolha está em consonância com seu desejo, mais facilmente ela será executada. Por outro lado, as consequências de não conseguir dizer “não” seriam uma possível perda do respeito e a falta de clareza nos limites interpessoais e profissionais. Podem surgir também ansiedade, raiva, dificuldade de relacionamentos, além do desgaste físico e emocional.

Mas seria possível satisfazer todos os lados? Dificilmente, considerando que cada pessoa pensa, sente e tem interesses diferentes do seu ou da sua empresa. A mulher à frente do seu empreendimento precisa saber a hora de escutar seu “feeling” e acreditar no seu potencial. Nem sempre necessita dizer não, mas quando o diz precisa ter a firmeza para tal, assim como nem sempre precisa da aprovação do outro para avançar em busca do seu sucesso.

AUTORIZE-SE!!!

Vânia Vidal de Oliva é Psicóloga Clínica, Psicanalista com mais de 25 anos de experiência no atendimento de adolescentes, adultos e na orientação familiar. Atua hoje na Clinica Casa do Crescer na cidade de Curitiba. Coordenadora de colunista do Empreendedorismo Rosa.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012


Reaprendendo a linguagem do “criancês”

 

Educar os filhos nunca foi tão desafiador. Pais atarefados, novas formações familiares, estresse e a luta para prover o necessário são alguns dos motivos pelo quais os pais se perdem nas diretrizes da educação dos filhos.

Uma educação embasada no amor, no diálogo e no respeito têm sido constantemente explorada nas escolas, nas famílias e nos consultórios. Mas então, o que anda faltando?

Vamos voltar um pouco no tempo. Um dia nos tornamos pais e a partir da concepção, temos apenas choros e desejos não verbalizados. Porém, sem nos darmos conta iniciamos um diálogo. Passamos a observar mais atentamente o comportamento desta criança e a cada novo gesto, um novo aprendizado se dá. Começa então, a mágica linguagem do “criancês” e assim o que parecia indecifrável, passa a ter sentido.

Com o crescimento do filho o diálogo começa a ficar escasso e cada vez mais difícil. Nem “criancês”, nem português!  É nesse momento que a convivência se transforma numa “arena”, onde pais e filhos se degladiam. Colocar em prática uma nova forma de comunicação pode ser o caminho. Lembre-se do tempo em que você dedicava ao seu bebê a cumplicidade no olhar, emoções e  sentimentos compartilhado. Retome sua disponibilidade e o comportamento que ficou perdido ao longo do tempo.

A criança cresceu, mas a necessidade de ser ouvida continua a mesma. Tire um pouco do seu tempo para saber dos sentimentos dela. Não ignore os problemas pelo fato de ser só uma criança e dê a ela a oportunidade de se explicar quando comete um erro.  Acolher  o sofrimento e o choro do seu filho, elogiar, compreender e demonstrar respeito é uma boa forma de reativar esses laços.  Finalizando, seja criativo e brinque, pois através do brincar a criança vivência comportamentos e aprende a lidar com as emoções.

Tudo isso requer vontade, e principalmente tempo. Caso esteja disposto a dar este tempo ao seu filho, certamente estará sendo assertivo na sua educação. Assim, o respeito e o afeto terão mais espaço na vida do seu filho do que a teimosia, as brigas e as ofensas. Pense nisso!

 

Cristiane V. de Andrade, Psicóloga Clínica. Atualmente trabalha na Clínica Casa do Crescer no atendimento de crianças e adolescentes. CPR 08/15824