sábado, 20 de agosto de 2016




 
TEIA DOS FONEMAS 


Por: Géssica Cristina Conor, terapeuta ocupacional
  Maria Claudia Monteiro Tuoto, fonoaudióloga 



Como podemos perceber, cada vez mais os profissionais da área da saúde e da educação estão descobrindo que o trabalho transdisciplinar é o que enxerga a criança como um todo, interligando os atendimentos e tratamentos. Desta maneira, alcançando visivelmente os melhores resultados perante os objetivos traçados para cada uma.


Pois bem, neste texto, unificamos aspectos das especialidades de Terapia Ocupacional e Fonoaudiologia e reproduzimos em uma atividade (que por sinal, adoramos realizar no consultório).

A parte da Terapia Ocupacional, responsável pela avaliação e treino dos marcos motores e cognitivos do desenvolvimento, objetivou trabalhar a resolução de problemas, o uso compartilhado das mãos, o treino de pinça, a discriminação e reconhecimento visual, atenção, concentração e persistência.

Já a Fonoaudiologia, responsável pelos marcos do desenvolvimento da comunicação e linguagem, objetivou reconhecimento dos fonemas e vogais, articulação da fala e discriminação dos fonemas.




À atividade, demos o nome de ‘Teia dos Fonemas’, e o legal é que a atividade foi toda construída com materiais que tínhamos em casa (pote de furinhos, barbante, etiquetas, maçãzinhas (pode ser qualquer outro objeto de interesse da criança), ou seja, custo zero!   










Vários podem ser os objetivos desta atividade! Lembrando que sempre devemos respeitar a fase do desenvolvimento no qual a criança se encontra. Desta maneira iniciamos com as vogais, e em seguida, inserimos fonemas, tais como: p/b, t/d, f/v, m/n, k/g, s/z, de acordo com a necessidade percebida na criança.


A criança deve pegar, por exemplo, uma maçã vermelha (que contém consoantes), e uma maçã verde (que contém vogais), fazer o som de cada uma separadamente, e em seguida juntá-las formando uma sílaba, talvez falar uma palavra que inicie com a sílaba, e assim por diante. A criança também pode realizar essa atividade na frente do espelho, onde possa enxergar o movimento que realiza para pronunciar cada letra/sílaba, assim além da auto percepção, estimula a memória armazenada de som e movimento. Trata-se de uma maneira lúdica de se trabalhar aspectos do desenvolvimento.










  
Quanto ao treino motor, inicialmente a criança realizará a atividade apenas com uma mão, e com algum auxílio físico. Em seguida, aprende a utilizar as duas mãozinhas, uma auxiliando a outra, e gradativamente o auxílio físico é retirado. Logo, além do movimento de pinça (para pegar o cabinho, neste caso), estratégias serão elaboradas para a retirada do objeto.


Utilizamos este exemplo de atividade intrínseca, a fim de mostrar que o desenvolvimento infantil está interligado em todas as facetas do crescimento, seja ele motor, cognitivo, de comunicação, de linguagem, entre outros. 

Percebemos que quando o trabalho é realizado de maneira transdisciplinar, habilidades de âmbitos diferentes são desenvolvidas em conjunto (afinal, não se trata só uma mão, ou só uma boca, não é mesmo?), a criança possui o crescimento e marcos de desenvolvimento indissociáveis, são habilidades aprendidas e treinadas de maneira simultânea. Na teoria, esta maneira de trabalho já é belíssima, na prática é ainda melhor!

Pratique você também essa ideia, integre os atendimentos de seu filho, você vai ver que os resultados podem ser ótimos! 



As autoras:





Géssica Cristina Conor, terapeuta ocupacional formada pela Universidade Federal do Paraná, pós-graduanda em Neuroaprendizagem pela UNOPAR e pós-graduanda em Ensino Estruturado para Autistas pela INFOCO. Sócia e Fundadora da Consultoria SINAPSE consultoria em desenvolvimento infantil. Atua em clínica-escola para crianças do espectro do autismo, em sala de aula regular com criança com necessidades especiais e em consultório, com foco em crianças com transtornos do desenvolvimento. 

Maria Claudia Monteiro Tuoto, fonoaudióloga formada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, pedagoga formada Pontifícia Universidade Católica do Paraná, psicomotricista formada pela Clínica Escola Movimento – Consciência pelo Corpo e pelo Centro de Psicomotricidade e Fonoaudiologia Água & Vida, especialista em Fonoaudiologia Hospitalar pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Atua em escola regular, especial e em consultório. Trabalha com bebês, crianças e adultos.







sábado, 16 de julho de 2016

COMO O BRINCAR DA PRIMEIRA INFÂNCIA INFLUENCIA O DESEMPENHO
GRAFOMOTOR?


Por: Géssica Cristina Conor, Terapeuta ocupacional 


A chegada da rotina escolar preocupa (e muito), grande parte dos pais de crianças
com deficiência. Além dos medos advindos de estrutura e sociais, também o
medo de ‘meu filho vai dar conta de realizar as atividades?’. Neste texto,
especificamente, vamos abordar como o brincar, ainda nos primeiros anos de
vida, tem influência sobre o desempenho motor e grafomotor da criança na
escola. 


Na maioria das vezes percebemos um problema apenas quando nos defrontamos
com a necessidade do conhecimento. Isso ocorre com as crianças quando iniciam
a escola, com o surgimento de dificuldades antes não percebidas. Desta maneira,
algumas habilidades devem ser vivenciadas para serem aprendidas, e quando a
necessidade de usá-las ‘bater à porta’, a criança possa acionar a memória,
obtendo seu melhor desempenho na atividade que lhe fora proposta. Lembrando
que são as EXPERIÊNCIAS as grandes responsáveis pelo processo de
aprendizagem e desenvolvimento. 


A saber, o processo de desenvolvimento motor se dá de maneira proximal para
distal (num exemplo simples, quando desejamos pegar algo, primeiramente
deslocamos o membro superior (braço) próximo ao objeto, para então acionar os
movimentos corretos da mão e dos dedos de acordo com o formato necessário
para agarrar o objeto, assim, membros proximais para membros distais). Os
primeiros ganhos motores, o ganho das chamadas habilidades essenciais,
envolvem habilidades motoras amplas, para então aprofundar/refinar o ganho
de habilidades motoras finas. 

Sendo assim, podemos listar atividades, que têm o papel de desenvolver
habilidades, a serem realizadas durante os momentos do brincar como: andar,
correr, caminhar transportando objetos grandes, arremessar, chutar, martelar,
alcançar objetos ao alto, caminhar sob linhas (retas, curvas), passar obstáculos
(como caixas no chão), subir na cadeira sozinho, abaixar, andar de skate (mesmo
que sentado), empurrar objetos e pular, sendo TREINADAS simultaneamente a
atividades como: manusear peças (grandes e pequenas), realizar encaixes (de
uma possibilidade, aumentando gradativamente), empilhar blocos, abrir e fechar
objetos, apertar/acionar botões, rosquear, retirar contas de barbante,
transportar objetos de uma mão para outra, encaixar metades (utilizando as duas
mãos), posicionar pinos, manusear grampos de roupa, furar isopor com
tachinhas, fazer pinturas a dedo (com tinta ou cola colorida), pintar livre com giz
de cera mais grosso, carimbar, rasgar e amassar (papeis, massinha), o essencial é
que as habilidades ampla e fina, sejam vivenciadas respectivamente, como em
circuitos de atividades. 


O brincar livre é importantíssimo, uma vez que, além de proporcionar um
momento independente, é nele onde se revelam as preferências e interesses da
criança. Porém, o brincar dirigido pode ter grandes ganhos quando entendido
como momento de estimulação e aprendizado, não apenas de diversão ou
ocupação, sempre respeitando as etapas de transição do desenvolvimento em
que a criança se encontra. 


Podemos perceber então, que o brincar, envolvendo a prática das atividades
citadas, pode ser um grande aliado no desempenho grafomotor, pois sutilmente
prepara a criança aos desafios escolares futuros que envolverão uma série de
habilidades, como equilíbrio, postura, lateralidade, pega e manuseio (lápis,
pincel, tesoura), tônus muscular (força necessária para segurar lápis, pincel, e
para realizar um traço forte), preensão e destreza, em conjunto com funções
cognitivas como concentração, atenção e memória.

 
Autora: Géssica Cristina Conor, terapeuta ocupacional formada pela Universidade Federal do Paraná, pós-graduanda em Neuroaprendizagem pela UNOPAR e pós-graduanda em Ensino Estruturado para Autistas pela INFOCO. Sócia e Fundadora da Consultoria SINAPSE consultoria em desenvolvimento infantil. Atua em clínica-escola para crianças do espectro do autismo, em sala de aula regular com criança com necessidades especiais e em consultório, com foco em crianças com transtornos do desenvolvimento.
Terapeuta Ocupacional na Casa do Crescer.

segunda-feira, 30 de maio de 2016


Nossa responsabilidade no educar para o respeito



Diante de mais um ato covarde, desrespeitoso, bárbaro e criminoso que vimos nesta semana com o estupro de uma jovem por 33 homens, ficamos TODAS assustadas, assombradas e revoltadas com tal acontecimento, mas além disso questionando sobre essa cultura e de como a sociedade reforça e alimenta esses fatos no seu dia a dia.

Sem entrar na discussão de quanto horror há nesta história fiquei me questionando sobre de onde vem e se perpetua tais comportamentos e pensamentos machistas e falocentricos. Ele vem de uma educação machista, de permissividade nas brincadeiras sobre as mulheres, da educação diferenciada entre meninos e meninas, de piadas machistas, de ambientes escolares, sociais e profissionais que fazem diferenciação de gênero de forma sutil e as vezes de forma gritantes.

Precisamos lembrar que nós como pais somos responsáveis pelo que ensinamos, repassamos e orientamos aos nossos filhos. Pelo que reproduzimos e valorizamos e pelo que nos indignamos e repudiamos nos comportamentos em família e em sociedade.

A escola tem um papel fundamental nesse processo que é de promover debates e dialogar sobre tais temas a fim de criar consciência e responsabilidade. E nós, pais, temos o dever de cobrar das escolas de nossos filhos um programa que permita tais discussões sobre respeito e gênero.

A responsabilidade com a formação do caráter dos nossos filhos, passa pelo nosso compromisso como todas essas questões e com o compromisso social de questionar, exigir e mudar um padrão vigente que muitas vezes vemos ao nosso redor, mas nos recusamos a barrar ou a acreditar que existem. Que deixamos na ordem da brincadeira, de “ ele não sabe o que está dizendo”, mas que as vezes estão impregnado no nosso cotidiano sem que nos demos conta ou que tenhamos força para mudar.

Esta jovem não foi a única a ser estuprada, tantas outras são abusadas, desrespeitadas, assediadas, desvalorizadas. Nenhuma de nós mulheres estamos a salvo de um terror desse, pois não se trata de roupa, lugar ou postura. Trata-se de educação, de desrespeito, de cultura do poder e de uma sociedade machista.

Contribua para um mundo mais harmônico, justo e respeitoso, faça a parte que que cabe, EDUQUE!


Vânia Oliva - Psicóloga da Casa do Crescer - Experiência de 30 anos em atendimentos a adolescente, adulto e casais.

sábado, 30 de abril de 2016


Sobre o amadurecer e o voar dos filhos



Criamos filhos acreditando que ganharão a suas vidas assim que completem seu ciclo de estudos e encontrem seus parceiros e profissão. Antigamente filhos buscavam o mais breve possível sair de casa e dar início a sua vida pessoal, profissional e relacional. Mas como o passar do tempo e as mudanças na criação e de vários padrões de comportamento e exigências, transformaram muitos desses jovens em filhos paralisados, descompromissados e pouco responsáveis pelo seu futuro e com suas subsistências.

Tenho recebido depoimentos de várias mães que não sabem o que fazer com seus filhos, jovens adultos, que parecem não amadurecer para a vida e para o trabalho. A maioria completa os estudos, mas nem sempre se sentem prontos para começar a vida profissional, ou não conseguem encontrar trabalho que julguem bom o suficiente ou com remuneração satisfatória.

Filhos que nem por isso se sentem compromissado para buscar novas oportunidade e que muitas vezes vivem como se não tivesse nenhuma responsabilidade com sua própria vida. Muitas vezes responsabilizam os pais pelo seu insucesso e cobram dos mesmos a manutenção de suas necessidades materiais, essas nem sempre somente as básicas.

Mas quais as razões que levam jovens a essa paralisação ou a essa falta de compromisso consigo mesmos? São vários os fatores que levam a esses comportamentos e nem sempre podemos afirmar que a culpa é apenas dos jovens.

Mudamos a forma de educar os filhos, facilitamos e protegemos muitos os mesmos dos problemas que têm que enfrentar e criamos condições muito confortáveis para que os filhos permaneçam em casa muito além do que precisam. Crescer é uma escolha tanto dos pais que “empurram” os filhos para a vida, assim como dos filhos de escolher assumirem sua autonomia e responsabilidade.

Além disso mudou a sociedade, onde mulheres casavam cedo e saiam de casa para construir sua família e deixavam seu desenvolvimento profissional para segundo plano e os homens buscavam seus empregos para sustentar sua família que logo constituíam.

O desenvolvimento profissional passou a ter maior relevância e prioridade para homens e, principalmente para mulheres, o que levou a construção familiar para um segundo momento e um aperfeiçoamento profissional mais longo e continuo.

Por outro lado, a dificuldade na busca de um emprego, a falta de experiência e uma remuneração nem sempre satisfatória aos olhos dos jovens que sempre tiveram um consumo alto financiados pelos pais, geram uma falta de interesse e motivação para a busca de sua independência profissional, financeira e emocional.

Uma geração que permanecem sob o teto dos pais usufruindo dos benefícios oferecido por esses que, nem sempre estão satisfeitos com essa condição. Pais que também sofrem, muitas vezes calados, com a sobrecarga financeira ou com a tristeza de ver seus filhos paralisados e impotentes frente a vida.

Por outro lado, alguns pais, passam a ver a permanência dos filhos como uma garantia de companhia e segurança, financiando e patrocinando sua permanência mesmo sem perceber o imenso prejuízo a que seus filhos ficam submetidos, já que o não voo destes e os desafios e conquistas inerentes a essa trajetória não se transformam em experiência e crescimento.

Muitos são os fatores que podem determinar tais condições de ambos os lados, como fatores econômico, profissionais, separações, imaturidades, medos, dependências emocionais entre outras. Alguns filhos voarão em algum momento, mesmo que tardiamente, outros permanecerão como filhos eternos. 

A ironia está em acreditar que não se bate assas e voa-se por falta de condições e experiências. É no voar e arriscar-se que ganhamos força para buscar novos horizontes e novas dimensões para nossa própria vida.



 Vânia Oliva - Psicóloga da Casa do Crescer, com experiência clínica de 30 anos. Colunista  dos  sites  Maezíssima e Markentista


domingo, 10 de abril de 2016


Você sabe o que é Acompanhamento Terapêutico?


Acompanhamento Terapêutico (a.t.), refere-se de um atendimento na modalidade clínica, cujo 'setting' terapêutico se diferencia do tradicional por tratar-se de necessidades e dificuldades de relacionamento e convívio social, advindos de comprometimentos diversos, entre eles, limitações físicas, sensoriais, emocionais e/ou de aprendizagem.

O foco do trabalho baseia-se na ação, ou seja, quebrar as barreiras limitadoras, tornando-as facilitadoras. As atividades devem ser exercidas, preferencialmente, sob três premissas: 

- acompanhamento (nos ambientes necessários);

-diálogo com a família;

- trabalho em equipe.

Essa atuação, começou com os movimentos político-ideológicos da Antipsiquiatria e da psicoterapia institucional, buscando propostas psicanalíticas e a análise do comportamento, almejando pacientes fora de instituições, inseridos na sociedade.

O papel do a.t. é atuar como agente facilitador, auxiliando de maneira em que a criança/adolescente/adulto (sim, adultos também podem receber o acompanhamento terapêutico), consiga dar conta da demanda destinada a ela, seja:

- brincar com amigos no parquinho da escola;

- fazer atividades em sala de aula;

-  ir ao parque ou ao cinema;

- atividades do dia a dia em casa.

Mas quem necessita de acompanhamento terapêutico?

- crianças/adolescentes em período escolar, que apresentem dificuldade de socialização, comunicação ou ainda dificuldades de aprendizagem (aqui, no ambiente escolar, o a.t. tem importantíssimo papel de atuar juntamente com professores, pedagogos e psicólogos, uma vez que muito provavelmente será o responsável por adaptar materiais (provas e trabalhos), de maneira que a demanda esteja correspondente às habilidades pertencentes e capacidades do aluno);

- crianças/adolescentes/adultos que apresentem dificuldade na realização de atividades domiciliares diárias (organização de rotina e compras, por exemplo);

- crianças/adolescentes/adultos que apresentam dificuldade de socialização que os impossibilitem do convívio social (como ir ao shopping, ao cinema, ao parque, ao teatro);

- entre outros.

E quem tem direito ao acompanhante terapêutico?

- crianças dentro do Espectro Autista, regido pela Lei n.12.764 de 2012, artigo 3º parágrafo único

- pessoa com deficiência, regido pela Lei n.13.146 de 2015, artigo 3º parágrafo XIII 





Texto por: Géssica C. Conor - Terapeuta ocupacional CREFITO 8/16634

segunda-feira, 26 de outubro de 2015


Mudanças necessárias nas relações de trabalho



Já percebeu como as pessoas vêm adoecendo com frequência em seus ambientes de trabalho? O que isso significa? Não se trata apenas de um momento de crise do país, nem mesmo de uma ou outra empresa. O que estamos observando é uma dinâmica de relacionamento profissional de difícil equilíbrio e sustentação. Muitas exigências e pouco reconhecimento. Pessoas infelizes em seus empregos, que adoecem com frequência, buscam, cada vez mais, saídas para essa sensação de inadequação, desajuste e falta de sentido no mundo corporativo.
Trabalhadores, hoje, não buscam apenas um salário no fim do mês, buscam reconhecimento e a percepção de serem parte importante de um sistema mais amplo de trabalho. A falta de propósito e sentido nos velhos modelos de emprego começa a incomodar e as reações a essa percepção passam a gerar mudanças de comportamento e atitudes.
Quando um profissional sente que seu trabalho não é reconhecido ou valorizado ele perde a conexão com a empresa e/ou com seu grupo, deixando de oferecer seu melhor. Perde o interesse e o foco na sua atividade e passa a buscar novas oportunidades, dentro ou fora da empresa.
Envolver o funcionário com o crescimento de seu empreendimento não passa apenas por um aumento de salário e/ou elogios pontuais, mas sim pela percepção de sua importância nas tarefas ou atividades como geradoras de mudanças significativas no processo e avanço do negócio. O que está em jogo não é o status do seu cargo, mas a sensação de valor dentro desse trabalho, ou seja, o respeito a cada indivíduo como único naquilo que faz nesse lugar, nessa tarefa, enfim, nesse emprego.
ideia de colaboração, compartilhamento e espiritualidade nessas relações é a resposta para um ambiente de trabalho mais saudável e gentil, no qual, parcerias amenizam o distanciamento competitivo e estressante e buscam uma compreensão mais humanizada do produzir e do gerar lucros. Sentir-se em equilíbrio e em paz em seu ambiente de trabalho reflete positivamente nas tarefas a serem realizadas ou cumpridas.
Se sua empresa precisa crescer, transforme seus funcionários em aliados e colaboradores, agregando sentido e significado ao trabalho deles. Quando somos parte importante (mesmo que pequena) de um negócio, trabalhamos felizes e de forma colaborativa, de modo diferente de quando nos sentimos excluídos e explorados por esse mesmo sistema. Logo, dispense cuidado ao seu funcionário, pois, senão, ele terá pouco compromisso com a empresa, baixo rendimento e muitas chances de influenciar negativamente seu grupo de trabalho.
Tenha certeza que vale a pena investir nessas mudanças, mas isso passa por você gestor! Reveja suas formas de valorização e reconhecimento e mãos à obra.
Vânia Vidal de Oliva é Psicóloga Clínica com 30 anos de experiência no atendimento de adolescentes, adultos e na orientação familiar. Atua hoje na Clínica Casa do Crescer na cidade de Curitiba. Colunista do site Mãezíssima e do blog Markentista.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Como demonstrar que amamos nossos filhos?
Nosso modelo de educação e amor será a base para construção do sujeito que aprenderá (ou não) amar e cuidar daqueles ao seu redor.

Todo ser humano necessita sentir-se amado e essa experiência vai determinar muito como cada pessoa vai futuramente se ver e se valorizar. É a partir dessas vivências  na  infância e juventude que se constrói a auto percepção e a auto valorização. Na verdade esse processo nunca se encerra, afinal sempre precisamos nos sentir amados e reconhecidos, mas é nos anos iniciais da vida da criança que essas vivências de amor (ou a falta delas) terão maior impacto na sua autoestima. Mas como podemos demonstrar amor ao nossos filhos?

A criança que é amada sente-se feliz, segura e é capaz de reproduzir esse amor nas relações a sua volta. Existem várias forma de se comunicar o amor entre pais e filhos, mas precisamos estar atentos a forma como cada criança ou jovem a recebe ou aceita recebê-la.

Já parou para pensar que tem criança que adora ser abraçada, beijada e outras que reagem a esse contato físico, preferindo o elogio e a participação dos pais nas suas atividades? Assim também acontece com os jovens. Alguns aceitam a manifestação afetiva física enquanto, a maioria nesta fase prefere o reconhecimentos de suas necessidades e o elogio discreto de palavras de afirmação.

Reservar tempo para dar atenção aos filhos é uma boa forma de demonstrar amor, e de estar “em contato” com eles. Fazer coisas junto deve significar para o filho que ele é o motivo e a razão da atenção dos pais naquele momento. Sendo assim, participar das atividades dos filhos e COM os filhos é uma forma muito clara de interesse por eles e pelo seu universo.

Ouvi-los com atenção é uma outra forma de respeito e reconhecimentos. Nem sempre precisamos intervir, apenas dar espaço para que falem e processem suas histórias e aprendizagens.

Seja espontâneo nas sua relação com seus filhos. Encontre ou reserve momentos de total disponibilidade para estar com eles. São nestes momentos que demonstramos de forma mais autêntica nosso afeto e a importância deles na nossa vida.

Incentive-o  nas suas dificuldades e esteja ali para apoiá-lo se necessário. Respeite sua individualidade e saiba a hora de dizer um “não”. Isso também é amor! Filhos precisam saber que existem limites e você é a melhor pessoa para ensiná-lo.

Existem muitas formas de manifestar seu amor, seja através de um bilhete, de um abraço, de um beijo, de palavras, de um colo ou mesmo do seu silêncio quando ele for a melhor resposta para um filho. A forma como cada pai ou mãe vai demonstrar esse afeto depende também do jeito de cada um e da sua facilidade/dificuldade em lidar com isso.

Lembre-se que estamos educando e criando filhos que serão cidadãos e terão suas próprias famílias e filhos. Nosso modelo de educação e amor será a base para construção desse sujeito que aprenderá ( ou não) amar e cuidar daqueles ao seu redor. Afinal quem ama cuida e quem se sente amado e cuidado reconhece esse amor e retribuir com relações mais equilibradas, saudáveis e afetivas.

Vânia Vidal de Oliva
Psicóloga Clínica com 30 anos de experiência no atendimento de adolescentes, adultos e na orientação familiar. Atua hoje na Clinica Casa do Crescer na cidade de Curitiba. Colunista do site  Mãezíssima